segunda-feira, 25 de abril de 2016

O céu de muitas cores e a carta de 21 anos!



De repente o olhar fica preso na imagem que atravessa a janela e chega ao horizonte:
ao fundo a torre sineira recortada por um céu raiado de várias cores: vários tons de laranja, lilás, roxo, azul, amarelo, branco, siena, turquesa e cinzento.
Quanto mais olho, mais as cores escurecem. O dia caminha a passos largos para o final.
Então lembro-me do dia fantástico que tive. Fantástico porquê? Poderiam muitos perguntar.
De facto nada de extraordinário aconteceu, mas talvez faça de pequenos momentos um dia extraordinário. Tudo depende de quem vê e dos olhos de quem observam, tal como a beleza.
Uma carta que encontrei e da qual não me lembrava da sua existência, fez-me sentir próximo de alguém que já partiu.
Penso muitas vezes na morte e no seu verdadeiro significado... não encontro respostas, mas passo algum tempo a procurá-las.
Hoje, por momentos, venci a morte e estive bem perto de quem já não tenho... as palavras escritas, a forma de as escrever fizeram-me estar próxima, sentir, lembrar e relembrar, reconhecer e voltar a conhecer alguém que já não posso questionar.

A magia das palavras, a magia das cartas... Será que daqui a 21 anos vou encontrar uma carta escrita hoje? Será que as palavras continuarão a viver nas novas tecnologias? Será que quem escreve não morre?
O céu continua a escurecer, agora a torre sineira mostra a sua luz artificial. Ao fundo o sol quase se apaga, será que é assim a morte? A luz a extinguir-se?
Sabemos apenas que o sol voltará a brilhar amanhã e talvez a morte seja vencida por uma carta escrita hoje.

E assim se apaga o céu... ou será que apenas se esconde para depois renascer na memória de alguém ou numa carta escrita?


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